Planejamento até 2025/2026

Vicariato para a Ação Social, Política e Ecumênica

Campanha Paz e Pão

Planejamento de Ação 2024/2026

APRESENTAÇÃO

A Campanha de Enfrentamento à Fome e de Inclusão Social Paz e Pão foi lançada pelo Arcebispo de Vitória na Festa da Penha 2021, no contexto da pandemia da Covid-19, imbuída do mandamento de Jesus: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mc 6, 37) e motivada pelo aumento expressivo do número de pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. Na época, quase 120 milhões de brasileiros não tinham acesso pleno e permanente a alimentos no Brasil (1).

Em abril desse ano, portanto, a Campanha completou três anos desde o seu lançamento, tendo concluído a primeira fase prevista no projeto, e foi relançada na Festa de Corpus Christi deste ano.

Foi um longo caminho percorrido, que envolveu mais de mil doadores, individuais ou coletivos, eventuais ou permanentes, além de dezenas de entidades, empresas e instituições no Estado e no exterior; e, nas bases, centenas de lideranças e voluntários em mais de sessenta Paróquias em cinco Áreas Pastorais. A Campanha obteve ampla visibilidade nos meios de comunicação, pontos eletrônicos e redes sociais, além e contar com o website e o informativo. Os jalecos amarelos se tornaram sua marca e estiveram presentes em muitos momentos da Igreja de Vitória.

Desde o início, a coordenação da Campanha aglutinou lideranças das Áreas Pastorais e uma equipe multidisciplinar, que ficou responsável pelo planejamento e execução. Esse esforço resultou na participação ativa nos conselhos de segurança alimentar e nutricional, na formação de lideranças e na distribuição de mais de oitenta mil cestas de alimentos e de quatro mil botijões de gás.

Decorrido esse período, torna-se necessário avaliar o caminho até aqui e traçar novos objetivos, metas, métodos. É verdade que o quadro que se nos apresenta não é o mesmo, por exemplo, em relação à parcela da população de pessoas em insegurança alimentar severa houve uma redução de 85% (2). No entanto, no território de abrangência da Arquidiocese de Vitória ainda há 350 mil pessoas pobres, isto é, que vivem com até meio salário mínimo por mês. (3).

A Campanha, portanto, continua, com a missão de “acolher o grito que emerge das várias faces da pobreza” (4). Atendendo à orientação do Vicariato para a Ação Social, Política e Ecumênica, a coordenação iniciou um processo de escuta, reunindo-se com representantes das Áreas Pastorais para avaliar a Campanha e traçar metas para o período que vai até dezembro de 2026.

1. Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar,  dezembro de 2020

2. Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial, 2024

3. Relatório RI-IV do Ministério do Desenvilvimento Social,  julho de 2014

4. Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora 2019-2023, 102

OBJETIVO GERAL

Enfrentar a insegurança alimentar e nutricional e promover a inclusão social no território da Arquidiocese de Vitória, por meio da arrecadação e distribuição de alimentos e de programas de geração de renda; da inserção política das lideranças nos Municípios; e de processos formativos que estimulem o exercício da cidadania e vivência da espiritualidade.

METAS

A Assembleia de Planejamento realizada em 27 de junho de 2024, com lideranças e representantes das Áreas Pastorais, estabeleceu as seguintes metas para o período até 2026:

1.Em relação ao eixo Enfrentamento à Fome, Inclusão Social e Solidariedade, propõe as seguintes ações:

a) estimular e articular as Áreas Pastorais e Paróquias a criarem iniciativas de enfrentamento à fome e inclusão social.

Incentivo às bases a realizarem ações que permitam complementar a quantidade de cestas de alimentos recebidas da Campanha, como campanhas do quilo, coletas em supermercados e eventos, adoção de uma família em vulnerabilidade com cesta básica mensal, etc.; assim como iniciativas voltadas à geração de renda.

b) buscar recursos financeiros.

Divulgação da Campanha nas paróquias, no site, nas redes sociais e em eventos, como celebrações religiosas, shows, festas populares, competições esportivas, buscando recompor os  quadros  de doadores permanentes e de voluntários.

Retomada dos contatos com instituições locais e estrangeiras e com empresas, para obter patrocínios para a Campanha.

c) apoiar projetos estruturantes.

Incentivo às famílias para buscarem fontes de renda e retornarem ao estudo; qualificação profissional, utilizando as experiências de inclusão das paróquias e equipes; e inserção no mercado de trabalho, por meio de convênios com empresas.

2.Em relação ao eixo Incidência Política, Redes e Parcerias, a Assembleia decidiu o seguinte:

a) incentivar as Áreas Pastorais a discutirem políticas de ações voltadas às pessoas em situação de rua.

b) orientar as famílias sobre os critérios de acesso aos programas e benefícios sociais.

Mapeamento das ações e programas de assistência social e geração de renda  da sociedade civil e do Poder Público e material para  as Áreas Pastorais e Paróquias orientarem os/as beneficiários/as sobre o acesso a esses programas.

c) estimular a participação da sociedade civil nos Conselhos que buscam enfrentar a pobreza.

A Campanha tem representação ativa no Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, podendo estimular novas lideranças nas Áreas Pastorais a buscarem a inserção nos conselhos municipais que tratam de questões sociais.

3. Em relação ao eixo Formação e Espiritualidade, a Assembleia estabeleceu as seguintes metas:

a) assegurar que as cestas de alimentos sejam entregues em reuniões com momentos de espiritualidade e orientação sobre o acesso a direitos e benefícios sociais.

Roteiro de preparação das reuniões com os beneficiários da Campanha, em linguagem simples, e treinamento nas Áreas, se necessário, com orações e leitura e reflexão da Palavra, considerando a diversidade religiosa do grupo, e informações sobre como ter acesso aos diversos programas sociais das três esferas de governo.  

b) oferecer formação aos beneficiários.

Material para que as Áreas Pastorais realizem rodas de conversa com os/as beneficiários/as, conscientizando-os/as sobre seu lugar na sociedade.

Quanto à proposta de formação profissional, a Campanha dispõe de um projeto-piloto a ser executado com recursos do governo federal.

c) preparar material formativo sobre incidência política e direitos humanos para o fórum das pastorais e organismos das áreas pastorais.

METODOLOGIA

O Plano de ação será executado de forma participativa e descentralizada, envolvendo as áreas pastorais e grupos locais nas paróquias e comunidades. O monitoramento das metas, indicadas no cronograma abaixo, será acompanhado pela coordenação geral da Campanha Paz e Pão, por meio de suas reuniões mensais.

CRONOGRAMA

METAS202420252026
1. Eixo Enfrentamento à Fome, Inclusão Social e SolidariedadeT1T2T1T2T3T4T1T2T3T4
estimular iniciativas nas bases XXXXXXXXX
recompor os quadros de doadores permanentes e voluntários, buscar patrocínios XXXXXXX  
incentivar as famílias a terem renda própria e oferecer qualificação profissional  e inserção no mercado de trabalho   XXXXXXX
2. Eixo Incidência Política, Redes e Parcerias          
incentivar as bases a discutirem políticas para pessoas em situação de rua   XXXXXXX
preparar material sobre os critérios de acesso aos programas sociais  XX        
estimular novas lideranças a atuarem nos conselhos municipais de segurança alimentar   XXXXXXXX
Mapear as ações e programas da sociedade civil e do Poder Público    XX      
3. Eixo Formação e Espiritualidade          
elaborar roteiro de preparação das reuniões  para entrega das cestasXX        
preparar material de formação política para rodas de conversa nas paróquiasXX     
elaborar material formativo sobre incidência política e o direito à segurança alimentar XX     
Elaborar material para formação de novos agentesXX        
PAZ E PÃO - Rede de ações contra a fome

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