Atualmente sabemos que são aproximadamente cerca de 33 milhões de pessoas não têm acesso ao alimento. Este número está crescendo a cada dia e as pessoas na linha da miséria aumenta sem parar.
Apesar de o alimento ser um direito de todos, o fato é que grande parte da população passa fome.
Muitas vezes pensamos na fome como algo distante, passamos desapercebidos pelas realidades que nos rodeiam e nem sempre olhamos para elas e muitas vezes as ignoramos. Mas, a fome está muitas vezes ali do nosso lado, às vezes na mesma rua ou no mesmo bairro, outras no bairro vizinho. Não importa onde estão os pobres, precisamos olhar a realidade com um olhar mais atento e sempre que possível agir para transformar as realidades.
Leia o depoimento de Vadilson José de Souza, morador do município de Serra, ES e membro da coordenação da Campanha Paz e Pão.
A Campanha Paz e Pão na área pastoral de Serra tem aproximadamente 4.000 famílias cadastradas na classe de extrema pobreza.
O fato ocorreu no mês de agosto. Leia o depoimento:
Era segunda-feira e eu me encontrava em minha residência. De repente recebi uma
mensagem de voz em meu telefone particular,
de uma mãe totalmente desesperada por ver os seus quatro filhos pequenos sofrendo pela fome.
Não sei como ela conseguiu meu telefone.
Era mais um pedido de socorro entre muitos
que temos recebido semanalmente.
O áudio da voz desta mãe suplicava ajuda para adquirir alimentos e uma botija de gás. Segunda ela fazia uma semana que seus quatro filhos não se alimentavam adequadamente, estavam se
alimentando apenas de biscoitos e água.
Minha primeira atitude foi de entrar em
contato com esta mãe desesperada, buscado acalmá-la. Durante a conversa percebi um choro de tristeza e falta de esperança.
Acionei com um pedido de socorro a Campanha Paz e Pão e alguns grupos da rede social. Imediatamente algumas pessoas de bom coração
se manifestaram para ajudar esta mãe tão sofrida.
A ajuda chegou em 30 minutos, e prontamente foi levado até à residência uma cesta básica e uma botija de gás.
Já junto à família a confirmação da necessidade e a espontaneidade do filho menor com apenas 5 anos. Ele nos mostrou a geladeira vazia vazia e disse: “hoje acordei e na minha oração, pedi a Papai do céu para enviar anjos e colocar alimentos na nossa geladeira e vocês vieram”.